sábado, 11 de fevereiro de 2017

Desconstruindo Falsos Heróis


Se Zumbi tivesse vencido, os trinetos dele seriam feitores de escravos, e, os escravos teriam sido nossos trisavós.

“Zumbi, o maior herói negro do Brasil, o homem em cuja
data de morte se comemora em muitas cidades do país o
Dia da Consciência Negra, mandava capturar escravos de
fazendas vizinhas para que eles trabalhassem forçados no
Quilombo dos Palmares.
Também sequestrava mulheres,
raras nas primeiras décadas do Brasil, e executava aqueles
que quisessem fugir do quilombo.
Essa informação parece ofender algumas pessoas hoje
em dia, a ponto de preferirem omiti-la ou censurá-la, mas
na verdade trata-se de um dado óbvio. É claro que Zumbi
tinha escravos.
Sabe-se muito pouco sobre ele – cogita-se
até que o nome mais correto seja Zambi –, mas é certo que
viveu no século 17.
E quem viveu próximo do poder no
século 17 tinha escravos, sobretudo quem liderava algum
povo de influência africana.
Desde a Antiguidade, os humanos guerrearam, conquistaram
escravos e muitas vezes venderam os que sobravam.
Até o século 19, em Angola e no Congo, de onde veio a
maior parte dos africanos que povoaram Palmares, os sobás
se valiam de escravos na corte e invadiam povoados vizinhos
para capturar gente.
O sistema escravocrata só começou
a ruir quando o Iluminismo ganhou força na Europa e
nos Estados Unidos.
Com base na ideia de que todos as pessoas
merecem direitos iguais, surgiu a Declaração dos Direitos
da Virgínia, de 1776, e os primeiros protestos populares
contra a escravidão, na Inglaterra.
Os abolicionistas apareceram
um século depois de Zumbi e a 7 mil quilômetros da
região onde o Quilombo dos Palmares foi construído.


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