Desde julho passado, um total de 119 jovens e mulheres no Japão entraram com ações contra o governo japonês e as duas fabricantes de vacinas contra o papilomavírus humano (HPV), GlaxoSmithKline PLC (GSK) e Merck Sharp & Dohme Corp. De acordo com os processos, as respectivas vacinas contra o HPV, Cervarix e Gardasil, causaram às mulheres efeitos secundários graves, pelos quais agora elas procuram indenizações.
Uma jovem de nome Erina Sonoda, uma estudante universitária de 20 anos, disse ao jornal The Japan Times (JT) que ela desenvolveu horríveis dores menstruais após a segunda vacinação com Cervarix, a qual é administrada como três injeções separadas. Sonoda foi em frente com sua terceira vacinação apesar dos problemas menstruais, e após este último curso desenvolveu dores em todo o resto do seu corpo, relativa as quais ela agora tem dificuldade em andar sem uma bengala, e muitas vezes tem que usar uma cadeira de rodas.
O governo japonês, a GSK e a Merck negam que haja qualquer ligação causal entre as vacinas contra o HPV e os efeitos secundários graves, daí seus esforços para obter a indenização negada. Essas entidades afirmam que não existem evidências científicas para mostrar quaisquer perigos das vacinas contra o HPV, mas digam isso às quase 3.000 mulheres em todo o Japão que relataram efeitos colaterais graves desde que o governo começou a recomendar as vacinas em abril de 2013. Dois meses depois, o governo parou de recomendar as vacinas contra o HPV após uma série de controvérsias dos principais efeitos secundários relatados.
O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão admite abertamente que cerca de 2.945 pessoas relataram efeitos colaterais das vacinas contra o HPV nos últimos quatro anos. Ao mesmo tempo, o ministério diz que os efeitos colaterais das vacinas são raros, e que as mulheres que afirmam terem sido prejudicadas por elas devem ter sido prejudicadas por outra coisa.
Em 2016, foi relatado que as taxas de vacinação contra o HPV no Japão caíram cerca de 70 por cento para um mero um por cento após a controvérsia sobre a segurança da vacina se tornar conhecida em torno de junho de 2013. Quando o público japonês descobriu que seu governo estava usando seus impostos para apoiar o pressão para que mais mulheres fossem vacinadas contra o HPV, o clamor que se seguiu foi suficiente para que o programa parasse em questão de semanas. As vacinas contra o HPV ainda são oferecidas às mulheres no Japão, mas o governo já não as recomenda oficialmente.
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