segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A MARCA E O NÚMERO DA BESTA


"E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome" (Apocalipse 13:16-17)

A marca ou sinal da besta é um conceito claramente explicitado nos versículos supracitados. Muito se tem escrito, ensinado e especulado sobre o assunto. Cremos ser mais prático, mesmo antes de analisar a questão e tentar chegar a um denominador comum, determinar aquilo que não é a marca da besta.

Deixamos claro que neste comentário, como nos outros deste site, usamos o método literal e gramatical para entendimento das profecias, método que, por sinal, era o utilizado pelos irmãos da Igreja Primitiva e seus primeiros líderes.

A MARCA DA BESTA NÃO É UM DIA

O texto de Apocalipse 13:16-17 deixa claro que o sinal da besta será posto (colocado) na mão direita ou na fronte das pessoas. Não há motivos para alegorizar a passagem em questão, já que a mesma dá detalhes literais de onde será colocada a marca, qual é o objetivo da marca e qual será o conteúdo dessa marca.

Somente quem quer alegorizar as Escrituras com o intuito de encaixa-las dentro de um determinado esquema de interpretação vai menosprezar a literalidade dessa passagem.

Sem entrar na questão da guarda do sábado ou a adoção do domingo como dia semanal de descanso, a noção de colocar "um dia" na mão direita ou na fronte de uma pessoa não parece muito lógica.

Por outro lado, vemos que em nenhum dia da semana existe a proibição de comprar ou vender. Portanto, o domingo, partindo de uma análise gramatical e literal, não é a marca da besta.

A MARCA NÃO É O COMPUTADOR

Por mais que o mouse seja movimentado com uma das mãos e o monitor fique na altura da fronte do indivíduo, o texto de Apocalipse 13:16-17 coloca a marca na mão direita ou na fronte como opções e não como sinais simultâneos.

A marca na fronte parece ser uma alternativa para aquele que não a adotar na mão direita. Isso sem falar que um canhoto, caso realmente o computador fosse a marca da besta, estaria isento de tal marca, já que a literalidade do texto é clara: a marca será posta na mão direita ou na fronte da pessoa.

Também, neste particular deve ser considerado que o processador do computador, que é a parte que realmente responde pelo funcionamento central da máquina, não está no mouse nem muito menos no monitor...

Diante da análise literal e gramatical, o computador fica descartado como marca da besta. Cremos que o sistema on-line e mundialmente interligado será uma arma tecnológica nas mãos da besta. Mas daí a ser a marca, é um longo e interminável caminho...

A MARCA NÃO É O PECADO

Se o pecado fosse a marca da besta, esta marca estaria sobre a humanidade desde o momento da queda. É óbvio que a adoção do sinal da besta será um pecado. Como veremos mais adiante, a marca virá acompanhada de elementos malignos que levarão a uma adoração aberta à besta e sua imagem.

Porém, o texto é claro: o sinal será posto na mão direita ou na fronte, visando coibir o acesso a qualquer transação comercial por parte daqueles que não tiverem tal sinal num momento determinado da história. Em outras palavras, a marca da besta será um sistema de controle maligno.

O SINAL SERÁ UM CONTROLE

Se formos leais à literalidade do texto, sem apelar para alegorismos desnecessários, veremos que o intuito da besta que surge da terra (falso profeta), é impedir que aqueles que não tenham o sinal da besta façam parte do entorno social e, ao mesmo tempo, legitimar a exclusão e extermínio de tais pessoas.

Tudo isso como "capa" de um propósito espiritual mais profundo, que é a adoração da besta como um deus, como fica exposto no versículo 15 de Apocalipse 13.

A Palavra revela que haverá 3 alternativas para a recepção do sinal: o sinal em si, o nome da besta ou o número de seu nome (666). Mais adiante falaremos com mais detalhes sobre esse número.

Na época em que a revelação apocalíptica foi escrita, o fato de pessoas serem marcadas com determinado sinal era algo costumeiro, geralmente indicando propriedade ou submissão.

Então, até mesmo para os primeiros irmãos que leram a profecia contida em Apocalipse 13:16-17, a idéia de controle e sujeição ficava clara no contexto. Não vemos razões para fugir da aplicação literal daquilo que está revelado em Apocalipse 13:16-18.

A marca da besta será uma tentativa do anticristo e do falso profeta para controlar a humanidade em geral (pequenos, grandes, ricos, pobres, livres e escravos).

Diante dessa imposição mundial, caberá aos servos do Senhor rejeitarem esse controle, mesmo que isso signifique isolamento, perseguição, impedimento de acesso a fontes produtoras e até mesmo a morte.

O NÚMERO DO NOME DA BESTA

"Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis"(Apocalipse 13:18)

O livro de Apocalipse nos revela o número do anticristo (666). Talvez este seja um dos assuntos mais abordados em escatologia, servindo de estímulo para que muitos se empenhassem naquilo que o próprio livro incentiva: calcular o número da besta.

Desde os primórdios da Igreja, o cálculo desse número já era feito constantemente. Irineu, no século II, aborda essa questão em um de seus comentários na série "Contra as Heresias", aconselhando prudência àqueles que arduamente se dedicavam a esse cálculo e instando a que os irmãos esperassem a manifestação do homem em questão (anticristo), para depois comprovar sua identidade através do cálculo (Contra as Heresias V, XXX).

Cremos que deve haver equilíbrio a esse respeito. De um lado, estão aqueles que, através de engenhosos e às vezes forçados cálculos, chegam ao número 666, atrelando o mesmo a personalidades, sistemas, títulos, etc.

De outro lado, estão aqueles que não se interessam em fazer aquilo que a própria profecia aconselha, que é calcular o número da besta, numa atitude no mínimo irresponsável, pois esse dado foi fornecido na Palavra para o nosso conhecimento. É preciso ter muito cuidado ao chegar a uma conclusão.

Qualquer pessoa com um pouco de imaginação e criatividade, encontrará uma série de nomes ou títulos que chegarão ao 666, mesmo que, para isso, letras sejam acrescentadas ou suprimidas, títulos sejam misturados com nomes próprios e cálculos sejam feitos usando o valor numérico de idiomas como o latim e o hebraico, o que nos parece inapropriado.

Para entendermos melhor o tema e tentar chegar a uma conclusão sensata, devemos compreender alguns conceitos importantes:

O ANTICRISTO SERÁ UM HOMEM

Entendemos que o anticristo será um homem e não um sistema. A confusão surge quando não se está atento à dualidade de aplicação do termo "besta" no Apocalipse. No livro de Daniel e no Apocalipse, o termo "besta" indica um império ou poderio.

A besta que surge do mar (Apocalipse 13:1) possui 10 chifres e 7 cabeças. Os chifres são 10 reis que lhe entregarão o poder em determinado momento (Apocalipse 17:16). As 7 cabeças se referem à localização geográfica desse império e também a sete reis.

Entendemos que a besta será a junção final do grande propósito dos impérios humanos decaídos durante a história: ter o controle do mundo e de todos seus habitantes.

Esse desejo satânico será concedido à besta durante 42 meses (3 anos e meio), tempo que compreende a grande tribulação, onde ocorrerá o clímax do poderio humanista decaído e maligno no qual o mundo tem jazido.

Já a besta que surge da terra (Apocalipse 13:11) parece estar atrelada ao falso profeta, aquele que, através de realizações sobrenaturais, faz que a população mundial adore o anticristo através de certos sinais.

Porém, na revelação apocalíptica, o termo "besta" também se refere a pessoas (anticristo e falso profeta). Isso fica claro em Apocalipse 13:12 ou Apocalipse 20:4, por exemplo. Fica altamente incongruente que um império ou organização sejam adorados!

A palavra "besta" no Apocalipse também se refere ao anticristo, o qual, de acordo com o que foi revelado a Paulo, se assentará no santuário do Altíssimo, apresentando-se como Ele (II Tessalonicenses 2:4), numa referência direta à abominação desoladora profetizada por Daniel e ratificada por Jesus (Daniel 11:31-Mateus 24:15).

Por sua vez, o apóstolo Paulo se refere ao anticristo como "o iníquo", o "homem da perdição" ou "o filho da perdição" (II Tessalonicenses 2:3-8).

Até mesmo na condição final da tríade maligna (anticristo, falso profeta e Satanás), vemos que, no momento da vinda do Ungido, enquanto Satanás é preso por mil anos, "a besta" e o falso profeta são lançados vivos no lago de fogo, em mais uma clara alusão à aplicação do termo "besta" também para o anticristo. 

O ALFABETO GREGO

Quando a revelação apocalíptica foi escrita, o idioma grego não continha numerais. Conseqüentemente, letras eram escritas para representar valores numéricos. Cada letra do alfabeto grego tinha um valor atrelado a ela e, como resultado disso, cada palavra também tinha um valor numérico, conseguido ao somar todas as letras da palavra.

Consequentemente, acreditamos que o cálculo do número do nome da besta deve ser feito em grego, transliterando para esse idioma o nome de outros quando for necessário.

Os manuscritos mais antigos do Apocalipse não tinham o numeral "666", mas tres letras gregas, cujo valor resulta em 666. A primeira letra tinha o valor de 600, a segunda o valor de 60 e a terceira o valor de 6.

No textus receptus, texto a partir do qual foram feitas a maior parte das traduções e versões que atualmente usamos, está escrito literalmente:

"kai o ariqmoV autou, cxV"

TRADUÇÃO: e o número é, 600, 60, 6.

Da mesma forma, alguns manuscritos mais recentes, descrevem o número da besta da seguinte forma:

"kai o ariqmoV autou, exakosioi, exhkonta, ex”

TRADUÇÃO: e o número é, seiscentos e sessenta e seis.

O fato dos manuscritos mais antigos trazerem apenas as letras que indicavam o numeral 666, através de sua soma, indica que o cálculo do número da besta deve ser feito através do valor numérico das letras que compõem seu nome.

Por isso, nos parece que a posição mais prudente é usar o alfabeto grego e o valor numérico de suas letras. Como quase nenhum nome atual segue a mesma grafia de nomes do século I, se faz necessária uma transliteração do nome a ser calculado.

Neste ponto deve haver uma redobrada atenção para que a transliteração do nome em inglês, português, espanhol, francês, etc, seja feita de uma forma apropriada para o grego.

Por exemplo, no idioma grego não existe uma letra que produza o nosso fonema "J". Neste caso "Ih" (iota+eta) substitui a letra "J".

O ALFABETO GREGO E SEU VALOR NUMÉRICO

A seguir você terá à disposição o antigo alfabeto grego, suas letras e o valor numérico de cada letra. As letras que aparecem com o sinal ***, são letras que foram obsoletas do vocabulário grego, mas que ainda representam valores numéricos. A letra "sigma" tem uma dupla aplicação, a depender do lugar que ocupe na frase.

Alpha [Aa] (a) = 1
Beta [Bb] (b) = 2
Gamma [Gg] (g) = 3
Delta [Dd] (d) = 4
Epsilon [Ee] (eh) = 5
*** [V'] (-) = 6
Zeta [Zz] (z) = 7
Eta [Hh] (ay) = 8
Theta [Qq] (th) = 9
Iota [Ii] (i) = 10
Kappa [Kk] (k) = 20
Lambda [Ll] (l) = 30
Mu [Mm] (m) = 40
Nu [Nn] (n) = 50
Xe [Xx] (ks) = 60
Omocron [Oo] (o) = 70
Pi [Pp] (p) = 80
*** [o] (-) = 90
Rho [Rr] (r) = 100
Sigma [SsV*] (s) = 200
Tau [Tt] (t) = 300
Upsilon [Uu] (oo) = 400
Phi [Ff] (f) = 500
Chi [Cc] (ch) = 600
Psi [Yy] (ps) = 700
Omega [Ww] (O) = 800

No momento certo você poderá calcular o número do nome da besta, ou seja, o valor numérico de seu nome. O Senhor, em seu infinito amor e cuidado, nos deixou essa revelação para que saibamos identificar a besta e rejeitar seu sistema, mesmo que isso signifique a morte física. Aqui está a perseverança e a fé dos santos!

Em Cristo.

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